Marcas mais valiosas do Brasil em 2020
O Itaú se tornou a marca nacional mais valiosa do ranking BrandZ Brasil. Na edição deste ano, o banco Itaú subiu uma posição, com valor estimado em US$ 8,2 bilhões. No segundo lugar do ranking, avançando uma posição, aparece a cerveja Skol, com valor de marca em US$ 6,7 bilhões. O banco Bradesco, que liderou a lista em 2019, caiu para a terceira colocação no ranking, com sua marca avaliada em US$ 6,1 bilhões. As 25 marcas mais valiosas do Brasil em 2020 somam juntas US$ 55,7 bilhões, um crescimento de 4% em relação ao ano passado, segundo a nova edição do ranking. Confira a lista das dez primeiras colocadas:– Itaú– Skol– Bradesco– Magazine Luiza– Brahma– Globo– Antarctica– Renner– Amil– Sadia
Veja como algumas marcas se preparam para crises
Mesmo em momentos de extremo desafio, marcas fortes conseguem ao longo do tempo superar as crises. Então, afinal, o que fazem essas marcas? Pesquisas diversas nos mostram que uma maior força de marca (brand equity) influencia de forma positiva a recuperação das marcas em momentos críticos, mesmo em uma pandemia. E é exatamente esse poder da marca que faz com que muitas delas consigam superar bem um momento de crise, por vezes conseguindo até mesmo crescer em um momento que não é nada usual. Independentemente de onde a sua marca se encontre hoje, algumas dicas podem ajudá-lo a enfrentar tempos difíceis: Princípio básico: construir uma marca é investimento e requer tempo; Faça um mapeamento do público-alvo: conhecer sua audiência é fundamental; Afine de forma contínua o seu propósito: crises que afetam as empresas e trabalhadores também são crises de significado; Mostre a sua relevância para a vida dos clientes; Seja sempre transparente com o seu cliente; Antecipe riscos: defina um plano de antecipação e prevenção para momentos críticos; Não se acomode, inove sempre: mesmo marcas líderes podem ser impactadas.
Por que uma marca deve ser Original e Exclusiva?
Toda a empresa grande ou pequena investe tempo e dinheiro na criação e desenvolvimento de uma marca. E, neste caso, o grande objetivo é que esta marca, criada e desenvolvida para identificar produtos e serviços, seja original e exclusiva. E por que é necessário que ela seja original e exclusiva? A resposta parece óbvia, no entanto, é importante examiná-la em detalhes. Em meio a um universo de empresas concorrentes, o único ativo capaz de diferenciar produtos e serviços é a marca. Basta entrar em uma loja ou supermercado para constatar isso: diante de prateleiras com os mesmos produtos, existem aquelas marcas que se destacam por sua qualidade, confiabilidade e tradição. Portanto, além de identificar a procedência de produtos e serviços, diferenciando-os dos concorrentes, a marca também simboliza as suas qualidades e atributos, sendo a “fachada” de uma empresa, o meio imediato pelo qual os consumidores identificam produtos ou serviços. O direito de exclusividade sobre uma marca depende muito do seu grau de originalidade. Berenice Vaz Diante disso, percebe-se facilmente a importância de se obter a exclusividade da marca através do registro, preservando-se com isso todo o trabalho e investimento na construção da reputação de uma marca, no entanto, o que poucos sabem é que o direito de exclusividade sobre uma marca depende muito do seu grau de originalidade. E como uma marca poderá ser considerada original? Quais os cuidados e as etapas que se deve percorrer para obter esse “status” de forte? Este artigo foi dividido em três partes, acompanhe nas próximas semanas duas visões diferentes, jurídica e do marketing/branding. Por Berenice Vaz, diretora da Vaz Marcas e Patentes
A COVID-19 vai testar a relevância das marcas
Em entrevista para a Exame, Beto Almeida, presidente da unidade brasileira da Interbrand, consultoria global que gerencia a atuação das marcas e realiza um ranking que define anualmente as mais valiosas, dá dicas para as marcas sobreviverem durante a pandemia do novo coronavírus. Confira. Exame – Como as marcas devem se posicionar nesse momento? Beto Almeida – Esse é um momento único para todos nós repensarmos nosso papel individual e coletivo, e isso não é diferente para a gestão de marca. Costumo sempre reforçar que marca é um ativo vivo, portanto ela deve reagir as mudanças que acontecem em seu ambiente da mesma maneira que nós, indivíduos, reagimos. Portanto, nada melhor de que refletir sobre o seu propósito e, a partir dele, determinar as ações de acordo com o que o momento necessita, sendo um agente transformador positivo. Exame – É possível falar de outros assuntos que não a pandemia? Beto Almeida – Não e sim. De fato, as ações de combate a pandemia são o grande foco nesse momento, e se a marca em questão pode ter um papel relevante na prevenção ou combate ao novo coronavírus, não existe outro assunto que não seja esse. E mesmo marcas de outros segmentos não conectados a saúde também podem ter um papel relevante na medida em que estão destinando seus recursos para contribuir, como a Ambev, que está produzindo álcool em gel em suas fábricas para doar para hospitais públicos. Por outro lado, mudamos o estilo de vida de uma população inteira quase que do dia pra noite, privando-a de inúmeras atividades sociais, e atividades esportivas, e isso automaticamente abre um enorme leque de oportunidades para se construir relevância para todos nós que estamos confinados em casa. O aplicativo Nike Trainning Club criou uma parceria com o app Douyin [uma versão Chinesa do TikTok] sugerindo uma série de treinos para as pessoas fazerem em suas casas. Operadoras de TV a cabo estão abrindo seus sinais e disponibilizando mais canais para todos. O que está por traz de tudo isso é manter o espírito humano vivo, mantendo todos conectados, porém distantes. De fato, estamos vivendo o maior experimento global de confinamento e nessa corrida digital veremos quem terá mais capacidade de se adaptar aos novos tempos. Exame – Como não perder força de marca? Beto Almeida – Esta crise se difere muito das que tivemos nas últimas décadas, pois sua causa não é estritamente econômica. Antes de mais nada, a pandemia atual vai testar a capacidade das marcas de manterem sua relevância não só durante o período que estamos passando exatamente agora – em que os especialistas divergem sobre o quanto pode durar – mas também após tudo isso passar. Portanto, o grande conselho para as marcas que querem continuar relevantes hoje e amanhã é dedicar-se a exercitar o seu propósito tanto para seus colaboradores, quanto para seu público. Não se posicionar nesse momento pode abrir portas para outras marcas construírem relevância e conquistarem o seu público. Exame – Algumas empresas resolveram tirar campanhas do ar, por exemplo, o KFC ao mostrar pessoas lambendo os dedos. Já a Ford fez uma campanha sobre coronavírus. Neste momento, existe um modelo de boas práticas? Beto Almeida – Acredito que sim, as marcas têm que tomar todo o cuidado necessário para não serem mau interpretadas. O momento é sério e as medidas sanitárias para prevenção tem que se relembradas constantemente. Por outro lado, as marcas não podem perder o seu estilo, seu jeito de ser, muito pelo contrário. Pequenos gestos como o que fez o Mercado Livre ao separar as mãos em seu logo, ou mesmo a Audi que separou suas famosas argolas, reforçam cada um ao seu estilo, a necessidade de com pequenos gestos seguirmos firmes no combate a propagação do vírus. Acredito que o item mais importante de qualquer “to do list” é ser fiel ao seu propósito e não se esconder atrás dessa crise. Exercite seu propósito em suas ações e saia mais forte dessa crise. De resto, se possível, não saia de casa, lave bem as mãos constantemente e beba água.
As 10 marcas mais valiosas da América Latina
Quatro delas são cervejarias. Duas outras são instituições financeiras. Há também grandes lojas de varejo, uma rede de televisão, uma empresa de telecomunicações. Esse resultado contrasta com o do ano anterior, quando houve queda de 22% em relação a 2016. Segundo o relatório, o aumento no ano passado foi impulsionado pelo “desempenho excepcional” das marcas mais fortes da região. Veja quais são as 10 mais valiosas: 10. Bodega Aurrerá Esta rede de supermercados mexicana concentra sua oferta em produtos acessíveis para consumidores de baixa renda. Pertence ao Walmart do México, uma subsidiária local da multinacional de origem norte-americana. De acordo com o relatório Brandz, parte de seu sucesso reside na sua capacidade de criar formatos de lojas mais flexíveis, que operam em cidades menores ou em locais onde as lojas de departamentos não têm a capacidade de competir. Tem um valor de US$ 3,757 bilhões. 9. Águila Com mais de um século de existência, Águila é uma das quatro marcas de cerveja incluídas na lista das dez mais valiosas da América Latina e a única de origem colombiana. Ela é conhecida por ter sido patrocinadora de muitas atividades populares e da seleção colombiana de futebol. A marca teve o seu início em uma fábrica criada em Barranquilha em 1913 que mais tarde se tornou parte do grupo da cerveja Bavaria. Desde 2016, pertence à multinacional AB InBev, a maior cervejaria do mundo. O relatório Brandz a atribui um valor de US$ 3,924 bilhões. 8. TV Globo Avaliado em US$ 4,3 bilhões, esse gigante da comunicação no Brasil é o único canal de televisão incluído entre as dez maiores marcas do ranking. Além disso, é uma das 8 que entraram pela primeira vez neste ano na lista das 50 marcas mais valiosas da América Latina. 7. Cerveja Brahma Embora tenha aumentado seu valor em 2% entre o relatório de 2017 e o de 2018, a cervejaria brasileira caiu do 2º para o 7º lugar, o que se deve basicamente ao fato de haver outras marcas que tiveram melhor desempenho. Fundada em 1888 no Brasil, ela acabou se integrando mais de um século depois à AB InBev. Atualmente é a segunda cerveja com maior participação de mercado no Brasil. Seu valor é estimado em US$ 4,478 bilhões. 6. Falabella Se no relatório de 2017 a Falabella foi considerada a marca mais valiosa do Chile, no ano de 2018 ela registra um aumento de 26% em seu valor, que chegou a US$ 5,4 bilhões. Essa rede de lojas de departamento foi criada em 1958 e possui dezenas de unidades espalhadas pelo país. A partir dos anos 90, se estabeleceu também no Peru, na Argentina e na Colômbia. Em 2017, foi incluída pela revista Forbes entre as 100 empresas mais inovadoras do mundo. 5. Telcel Com mais de 72 milhões de assinantes, esta é uma das três empresas mexicanas incluídas na lista das 10 marcas mais valiosas e a única pertencente ao setor de telecomunicações. Atualmente, ela tem 65% de participação de mercado no México. Foi uma das empresas que teve o maior aumento em seu valor entre 2017 e 2018: 32% que elevou seu valor a US$ 6,048 bilhões. 4. Itaú É o maior banco privado do Brasil e tem presença em de 21 países e mais de 5 mil agências na América Latina. Fundado há quase um século, atende cerca de 60 milhões de clientes. Parte de seu grande porte se deve à sua fusão em 2008 com o Unibanco. O relatório Brandz 2018 indica que seu valor como marca aumentou em 42% durante o ano passado, chegando a US$ 6,198 bilhões. 3. Bradesco De todas as marcas incluídas entre as dez mais valiosas da América Latina em 2018, o Bradesco foi a que mais aumentou seu valor em termos percentuais no último ano: 58%. Criado em 1943 como um banco que prestava serviços para pequenas empresas, cresceu em ritmo acelerado e em menos de uma década se tornou uma das maiores instituições financeiras privadas do Brasil. Segundo o relatório Brandz, seu valor atualmente é de US$ 7,018 bilhões. 2. Skol Em 2016 e 2017, a cerveja Skol, que pertence à AB InBev, foi a marca mais valiosa da América Latina. No relatório da Brandz de 2018 caiu para a segunda posição depois de registrar um crescimento em seu valor de apenas 1%, o que a deixa com valor de US$ 8,263 bilhões. Desde 1988, é uma das cervejas mais populares no Brasil. 1. Corona Comercializada em cerca de 120 países em todo o mundo, esta cerveja mexicana, criada em 1925 pelo Grupo Modelo, é a marca mais valiosa da América Latina. Não só é a mais vendida no México, mas também a cerveja importada mais consumida em 50 dos países em que é comercializada. Seu valor, de acordo com o relatório de Brandz, aumentou 8% no ano passado, chegando a US$ 8,292 bilhões.